Felicidade
Olavo de Carvalho
“…entendi que a felicidade é um resultado mais ou menos acidental. A felicidade é como o prazer, dizia Santo Tomás de Aquino. O prazer é um efeito lateral resultante de uma coisa que deu certo. Ele não é um objetivo. Ele nunca é um objetivo. Afinal de contas, o prazer é um termo abstrato que designa uma constelação de sentimentos que podem diferir muito de uma pessoa para outra. O prazer é evanescente demais para você poder buscá-lo. Você vai ter de buscar alguma coisa concreta.
Por exemplo, o que é o prazer gastronômico? Você pode comer o prazer gastronômico? Claro que não pode. Você vai ter de comer alguma coisa concreta. Essa coisa pode lhe dar prazer ou desprazer. Santo Tomás de Aquino tem toda a razão. Você comeu, aquilo funcionou, então você diz que tem prazer. O prazer é o nome que você dá ao efeito lateral subjetivo de alguma coisa. Com a felicidade acontece a mesma coisa. Buscar a felicidade é a coisa mais inútil do mundo, porque você nunca sabe o que vai deixá-lo feliz ou não. É certo que algumas coisas o deixam feliz e outras o deixam infeliz, então são aquelas que você vai ter de buscar. Nosso esforço dirige-se sempre a fazer alguma coisa, a conquistar algo, e não a uma coisa abstrata chamada felicidade. Isso eu já entendi faz tempo: buscar a felicidade é fazer buraco na água. Quando o sujeito passa da camada quatro para a cinco, já entendeu isso. Se ele buscar a felicidade ficará infeliz, então é melhor buscar vitória, autoafirmação, força etc.” - Olavo de Carvalho, COF, Aula 83
Aristóteles
A conclusão de Aristóteles é que: Se a felicidade é fim, tudo aquilo que não é estável e permanente não pode ser felicidade.
Entre os gregos, a busca da felicidade estava vinculada à procura do bem supremo e da virtude. Um dos filósofos gregos mais importantes faz da felicidade "a atividade da alma dirigida pela virtude", isto é, pelo exercício da virtude, e não da simples posse.
Immanuel Kant
Este autor critica as concepções que depositam a felicidade nos sentidos ou que fazem dela um objeto da razão pura. Para Immanuel Kant, "a felicidade é sempre uma coisa agradável para aquele que a possui", mas ela supõe, "como condição, a conduta moral conforme a lei".
Jean-Paul Sartre
Em nossos dias, os filósofos da liberdade declaram que o que existe são escolhas de existência. A felicidade não é mais um fim a ser atingido, mas uma função cíclica e intermitente, só surgindo na medida em que a afirmamos. Porque "não há moral geral", como define Jean-Paul Sartre.
Freud
Assim, a felicidade, em Sigmund Freud, é uma meta inatingível na vida do homem devido não só aos limites impostos pela cultura (os quais não discutimos neste artigo), mas, sobretudo, por àqueles estabelecidos por nossa própria constituição psíquica.
Os homens, na medida em que buscam a felicidade entendida da forma positiva, não entendem que estão à procura de algo impossível, pelo fato de toda a estruturação do aparelho psíquico estar voltada para atingir um outro fim.
“O que se chama felicidade no sentido mais estrito resulta da satisfação bastante súbita de necessidades fortemente postas em êxtase e, por sua natureza, é possível somente como um fenômeno episódico”
Gandhi
"Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia." - Gandhi
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